segunda-feira, 25 de julho de 2011

Do sótão da memória...

Há muitos anos, era o (meu) mundo mais novo, um colega e amigo contou-me uma história que se tinha passado com a filhota dele, no infantário que frequentava.
Queixava-se ela que um coleguinha lhe batia. E ele, meio distraído durante a queixa, atirou-lhe: "Olha, bate-lhe tu também!".
A filha replicou: "Não, que ele é mais grande, e depois bate-me mais...". Reflectiu um pouco, e acrescentou: "Já sei, vou bater ao Zezinho, que é mais pequeno do que eu!".
O meu amigo ficou subitamente atento, e lá teve que explicar à filha que não era dessa forma que as coisas se passavam, porque o Zezinho não tinha culpa nenhuma que o outro menino lhe batesse, e por aí fora...

E por que será que ao pensar sobre o que vai acontecer ao meu subsídio de Natal me veio à memória esta história com mais de 30 anos? Ele há coisas...

domingo, 10 de julho de 2011

A taxa de desemprego

Um comunicado do IEFP esclarece que o súbito agravamento da taxa de desemprego é devido à cessação de actividade de um elevado número de pessoas cujo "core business" consistia em dizer mal do ex-primeiro ministro José Sócrates.
Muitos destes recém-desempregados têm feito fila à porta dos Centros de Emprego, mas o IEFP comunica que ainda não abriram vagas para, de forma massiva, dizer mal do novo primeiro ministro Pedro Passos Coelho. Esses postos de trabalho serão criados logo que termine o "estado de graça" e nessa altura o Instituto divulgará esse facto através de Edital.
Foram recentemente criados alguns empregos para dizer mal das agências de rating. Os candidatos tiveram que frequentar um curso de formação, mas as poucas vagas foram rapidamente preenchidas por políticos, comentadores encartados, jornalistas e outros profissionais do mesmo tipo. Consta que o curso de formação foi muito exigente (rotações de 180º são sempre difíceis de interiorizar), mas como pode ser verificado na generalidade dos meios de comunicação social, todos os alunos passaram com excelente aproveitamento.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Livros" + "100"

A revista Os Meus Livros, para comemorar o seu número 100, organizou um concurso de contos até 100 palavras, que incluissem obrigatoriamente as palavras livros e 100.
Podem ler o conto vencedor aqui, no blogue da revista.

E é assim que vou receber o último livro do Afonso Cruz ...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

À atenção do ministro Nuno Crato


Exmo senhor ministro
É um facto conhecido que os docentes do ensino superior se queixam com frequência do tempo gasto na avaliação dos alunos: trabalhos, seminários, apresentações, testes, exames (1ª época, 2ª época, época especial)...
Os recentes acontecimentos na cena político/económica envolvendo a queda do rating da República deram-me uma ideia que poderá solucionar aquele problema. Em vez de classificar os trabalhos e exames, os professores emitirão a sua "opinião" sobre o aluno, qualquer coisa nestes termos: "independentemente do que aqui está", e poderão apontar com um dedo displicente para a pilha de trabalhos e testes produzidos pelo aluno, "tenho um feeling que você não vai conseguir passar de ano, e portanto leva um 9. E tome nota que fica com um outlook negativo, portanto fique à espera de um 6 ou 7 para a próxima."
Veja-se o tempo poupado ao sobrecarregado dia de trabalho de um docente!
E a cereja no topo do bolo é que os alunos terão de pagar para os docentes emitirem essa "opinião" baseada nesse feeling, resolvendo assim em simultâneo dois problemas crónicos: a sobrecarga dos professores e o subfinanciamento das instituições.
Naturalmente que, vivendo nós neste financeirismo totalitarista em que tudo tem um preço, tenho a expectativa de ser recompensado por esta ideia brilhante, por exemplo na forma de uma percentagem (a negociar) dos ganhos financeiros das instituições que adoptarem esta nova metodologia, da qual já submeti o respectivo pedido de patente.

Com as mais cordiais saudações académicas